Bajara Teatro de Encantarias

Bajara Teatro de Encantarias

sábado, 27 de agosto de 2011

à sombra das ruínas






    A sombra dos merizeiros e samaúmas segue alumiando as cenas dos últimos ensaios do espetáculo
" À sombra do merizeiro" que agora dança de nome e tudo do que nos alimentamos estes cinco intensos meses de processo, entre idas e vindas, faltas e recompensas, travessias e turbulências, brincadeiras e descobertas de todos os lados.

  Hoje fizemos o primeiro encontro nas ruínas do antigo museu do índio após alguns dias sob à luz do sol intenso carregando fragmentos dos seus escombros inspirados naqueles singelos trabalhos das formigas. De balde em balde, pedrinha por pedrona, juntando cacos e até restos de algumas peças que deveriam compor a paisagem interna do espaço.

    E no meio dos escombros um palco enterrado na areia branca, madeira e palha. Desenterra-lo foi como encontar um tesouro daqueles que buscamos no inconsciente da nossas ações, sem saber ao certo o significado dessa busca e dos valores que encontramos...




  Resignificar um espaço degradado é como encontrar sobreviventes diante a uma tragédia. E em meio a um contexto cultural onde o massacre a cultura índigena perpetua em seus diversos níveis (exemplo a Belo Monte) um resto de museu sob os escombros da memória desses povos e suas desmoradas nos leva refletir sobre os valores que conduzem ao esquecimento.   As ruínas como um reflexo do que somos e onde estamos. Do que foi e do que estaria ( e está por vir) do que existiu e o que pode continuar a existir...e resistir.

  Compartilharemos em mais detalhes a partir do teatro que nos coube enquanto um, enquanto o outro, alguma dessas impressões, invenções e reinvenções desta realidade imaginada.