Bajara Teatro de Encantarias

Bajara Teatro de Encantarias

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Processo Criativo


É com satisfação que compartilho um gostinho agridoce de processo criativo, onde todo mundo põe a mão na massa e o teatro acontece por todas as vias respiratórias e transmutáveis.
Durante este período de junho transmutamos lendas, imáginários  e suas origens em contexto histórico transmitidos via protagonistas como Dica Frasão, Luzia Lobato, Laurimar Leal, Civito Malaquias, Poliana, Elen Patrícia, João, Ezequiel... Ao total foram mais de 30 encontros entre ensaios, trabalhos de campo e produção.

Agora respiramos cada partícula do ar em movimento que indica os próximos passos da construção do nosso roteiro dramaturgico, figurinos e cenário.  Uma fase decisiva para definirmos o esqueleto deste corpo-espetáculo que nasce com as dificuldades e cresce com as muitas mãos que dão vida intensa a este grande processo artístico a partir da valorização sociocultural.




                                                                        


Poliana em cena


revendo imagens das entrevistas


olhares e gerações


Dona Luzia Lobato com seus pães, licores
  muitas histórias e cantorias


histórias, personagens e dramaturgia do corpo



jovens como Glorinha e Eduardo arriscando improvisos
em cima das lendas contadas e revividas por quem realmente viu o acontecido...





 E para saudarmos as sonoridades deste processo criativo por meio do Interações Estéticas, nada como uma interação entre o projeto Danças e Andanças e o  projeto Construsom- Construindo Sonoridades, ambos contemplados pelo mesmo edital da FUNARTE e desenvolvido em parceria com o mesmo Ponto de Cultura . Os sons desenvolvidos no Construsom poderão ser a sonoplastia e trilha sonora das nossas andanças cênicas pelas comunidades que vistarmos durante a circulação do espetáculo, que está prevista para ser realizada durante todo o mês de agosto.
O objetivo da circulação é levar a experência para algumas comunidades indígenas, ribeirnhas e quilombolas localizadas no município de Santarém.

 Uma roda de contação de histórias será sugerida ao publico a cada apresentação para que possamos a partir da troca de saberes, registrar as lendas e imaginários regionais. No final do projeto pretendemos ainda produzir um vídeo documentário a partir das imagens coletas ao longo de todo o processo e distribuir este vídeo nas bibliotecas  comunitária e escolas municipais. Estas duas propostas ainda estão dependendo de possíveis apoiadores. Estamos confiantes na importância desta realização na qual seguimos somando esforços para que aconteça da melhor maneira a partir dos recursos que forem disponíbilizados.

vamo que vamo!

Alan Queto musico e idealizador do projeto Construindo Sonoridades desenvolvido
 a partir da construção de instrumentos não convencionais


Canoa musical, berimbal pedalizado é um dos instrumentos
 feitos por músicos e aprendizes muito criativos


domingo, 5 de junho de 2011

"De passo a passo, passo..."

          E de tantas histórias ouvidas e revividas,  os grupos já escolhem as que vão fazer parte da construção das cenas e da dramaturgia desta montagem memorial e intergeracional.
    
          Uma das boas novas é que a  comunidade de São Braz conhecida por seus eixos fortes, igarapés e o festival do tacacá, recebeu de braços abertos as andanças cênicas deste rumo que se segue. E mais uma turma entra na dança com a geração que faltava: os adolescentes.

         Nessa mesma semana iniciamos também o processo criativo da construção dos figurinos, onde a fonte de inspiração e muita poesia, foi a senhora Dica Frazão, uma grande artesã da região de Santarém que com os seus 94 anos teceu e continua tecendo muitas histórias por meio das suas costuras vivas. Dica produziu por mais de 50 anos roupas feitas a partir de plantas como o patchouli, malva e hoje mantém o seu museu vivo, com a artista homenageada em vida, o Museu Dica Frazão.

       Adelina, uma das jovens investigadoras no processo e recém aprendiz da Dona Dica, vai dar uma super força nos figurinos a partir da sua experiência em costura, contando com a produção coletiva e a orientação oral, sensorial e poética da jovem senhora. Uma falha médica roubou as cores de um de seus olhos e Dica não ensina mais a costura por meio da costura, um fato que felizmente não apaga a necessidade de deixar pra semente aquilo que aprendeu como a própria semente.

    As Andanças conta ainda com a parceria  do professor de história e pesquisador Daniel Wegmann, que além de nos guiar a alguns personagens memoriáveis dentro de sua pesquisa, ele orientará a nossa dramaturgia.

    E de tantos em tantas emoções e desafios, esse mês de junho promete algumas surpresas boas depois de tanto suor que se escorre sob este sol que nos nortea...




memórias que navegam sob as histórias do jovem catraieiro Rafael
aos ouvidos de João e Carol
 

Dona Maria e tia da Iris, uma das jovens investigadoras




mãos que tecem gerações
Adelina e Dona Dica
Sr, Civito, fundador do famoso bloco de rua "Espanta Cão" 

Museu e memória viva